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O encrenqueiro Michael Moore

Uma redundante declaração: Adoro Problemas! Não era de se esperar que fosse outro o nome do novo livro de Michael Moore, uma autobiografia para deixar a borda dos estados unidenses um pouco mais abaixo do nível em que já estão. Moore é o que costumam chamar de profissional engajado, designação sutil dos críticos, loucos para chamá-lo por todos os adjetivos desqualificados possíveis mas para não tomar uma coça e acabar virando nome marcado no próximo documentário “engajado” é mais adequado para estes casos. Mas prá além de ser o big Michael Moore, merece este post o prefácio do livro  de Walnice Nogueira Galvão, professora Emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

“Walnice Nogueira Galvão fez sua carreira docente em Teoria Literária e Literatura Comparada, como primeira assistente de Antonio Candido.Afeita a enfrentar grandes desafios como pesquisadora e estudiosa de literatura, já para as suas teses de doutoramento (1970) e de livre docência (1972) escolheu dois monstros sagrados: Jõao Guimarães Rosa e Euclides da Cunha. Delas resultaram dois livros clássicos, respectivamente: As formas do falso – Um estudo sobre a ambiguidade no Grande Sertão: veredas e No calor da hora – A guerra de canudos nos jornais, que primam pelo rigor e pela erudição.

Publicou ao todo trinta e três livros, dedicados à crítica literária e cultural abrangente e diversificada, além do muito que escreveu para jornais e revistas; sem falarnos incontáveis cursos, palestras, arguições, prefácios e pareceres, no Brasil e no exterior. Para os estudos do gênero, contribuiu com outro clássico, A Donzela Guerreira. (fonte: http://comunicacao.fflch.usp.br/node/321)”

Bem acompanhado, vem Michael Moore!

BOA LEITURA!!!

Tendências globais HIV na África

A África continua a ostentar uma
desordenada parte da carga global de HIV:
23 milhões de pessoas vivendo com HIV / AIDS
Embora o número de novas infecções
no continente parece ter atingido o pico em
meados da década de 1990, a epidemia continua a ser um
grande desafio para a saúde e desenvolvimento
de muitos países Africano. As epidemias variam
consideravelmente de país para país através
do continente, com estimativas de prevalência
variando de 0,1 por cento em Madagascar
a mais de 15 por cento em alguns dos
países do  sul. Mortes causadas por HIV / Aids continuam a declinar como terapia anti-retroviral (TAR)
O impacto do HIV / AIDS varia consideravelmente nos países da região, dependendo do tamanho e duração do surto. A maioria dos países têm uma epidemia generalizada. Prevalência em adultos superior a 20 por cento em alguns países,
incluindo Botswana (24,8 por cento), Lesoto (23,6 por cento) e Suazilândia (25,9 por cento), de acordo com o Programa das Nações Unidas sobre HIV / AIDS (UNAIDS).

Outros têm-se concentrado epidemias com segmentação da doença,como o Burundi, onde a prevalência de 38 por cento entre os trabalhadores do sexo é 16 vezes maior do que a do população geral adulta. Na África Ocidental, a prevalência geral é significativamente menor do que no Leste e Sul
África, mas as epidemias entre os mais populações de risco (MARPs) são comuns. Devido a esta variação, a estratégia de abordagem para combater esta doença deve ser concebida para responder à epidemiologia da doença individualmente por países e regiões.

Mais informações: http://www.usaid.gov/our_work/global_health/aids/Countries/africa/hiv_summary_africa.pdf

Esperamos que confiável os dados desta fonte…

Dia Intenacional de apoio ao Povo da Palestina – Rio Grande do Sul

PL 337/2010, de autoria do deputado Raul Carrion, aprovada em 03 de maio deste ano, institui o Dia Estadual de Solidariedade ao Povo Palestino, em 29 de novembro. O Estado possui a maior comunidade palestina do país, com cerca de 25 mil pessoas.

A data foi escolhida por ser o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, criado pela Resolução nº 32 da ONU, de 1977. Nesse mesmo dia, em 1947, a ONU – sem qualquer consulta à população que lá vivia –, determinou através de sua Resolução nº 181 que o território da Palestina fosse dividido em duas nações. Surgiram então o Estado de Israel (judeu, com 30% da população e 53% do território, abrangendo suas terras mais férteis) e o Estado Palestino (árabe, com 70% da população e 47% do território, com difícil acesso à água). Jerusalém Oriental ficou com a Palestina e Jerusalém Ocidental com Israel.

Em 14 de maio de 1948, menos de seis meses depois, o Estado de Israel foi instalado e reconhecido pela comunidade internacional. Para que isso acontecesse, 800 mil palestinos foram expulsos de suas terras, mais de 500 vilarejos foram extirpados e muitos palestinos foram mortos.

 

Com a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupou quase toda a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, além de territórios da Síria, Líbano e Egito. Sucessivas resoluções da ONU – como as Resoluções 242/67 e 338/73 de seu Conselho de Segurança, determinando que Israel devolvesse os territórios ocupados –, até hoje não foram cumpridas, em um profundo desrespeito à comunidade internacional, configurando a mais longa ocupação militar dos tempos atuais.
Para agravar a situação, Israel ampliou a política de assentamento de colonos judeus nos territórios ocupados e construindo milhares de moradias para cidadãos israelenses em Jerusalém Oriental, ao mesmo tempo em que classifica como “estrangeiros” os palestinos que aí vivem há milênios. Em conseqüência, hoje mais de 6 milhões de palestinos encontram-se em campos de refugiados – espalhados pelos países árabes – ou emigrados, muitos dos quais no Rio Grande do Sul.

O Estado Palestino já tem o reconhecimento  de mais de 100 nações – a totalidade dos países árabes, a maioria dos africanos, grande parte dos asiáticos e diversos da Europa Oriental. Dia 3 de dezembro do ano passado o Brasil, foi a primeira nação das Américas a anunciar o reconhecimento da Palestina em suas fronteiras de 1967.

http://www.brasildefato.com.br/content/anp-pede-%C3%A0-onu-reconhecimento-do-estado-palestinoPalestina Livre

Vergonha que vem do Chile

Publicado em 05/06/2011

Mário Augusto Jakobskind

Do Chile, considerado pelos neoliberais como país modelo a ser seguido, vem um exemplo eloquente da baixeza em que se encontra hoje a política partidária. Na calada da noite, sem divulgação da informação pela televisão, rádio ou jornais, os senadores chilenos aprovaram autorizar a venda das sementes do país para a empresa estadunidense Monsanto.

A decisão dos senadores na prática enfraqueceu sobremaneira a soberania no Chile, porque a empresa semeadora de alimentos transgênicos pelo mundo afora terá a propriedade dos vegetais, frutas, verduras e hortaliças do país andino. Isso tem um nome: entreguismo deslavado.

A Monsanto, que vem sendo denunciada em várias partes do mundo pelos métodos que adota para alcançar seus objetivos, está de olho em outros países do continente latino-americano. Aqui no Brasil também vem conseguindo favores de um modo geral perniciosos ao meio ambiente e, segundo especialistas, à saúde da população com os transgênicos.

Na verdade, a Monsanto onde se instala provoca problemas em seu redor. Ilude alguns agricultores em um primeiro momento, que só percebem mais tarde terem sido vítimas de arapucas que muitas vezes os levam à falência, por acabarem na dependência absoluta da empresa multinacional. É claro que as autoridades locais, da mesma forma que os senadores chilenos, contribuem para o favorecimento da Monsanto, esquema que naturalmente tem um custo alto em matéria de propina.

É verdadeiramente incrível como senadores de um país como o Chile entregam suas sementes a uma empresa como a Monsanto. Lá, como aqui, para dourar a pílula da subserviência a interesses econômicos, os legisladores se valem da mídia de mercado, que silencia diante de um crime como o perpetrado contra o povo chileno. A Monsanto mexe e colhe $eu$ fruto$.

O mesmo mutismo alcança um caso envolvendo os indígenas mapuches. Quatro deles estão em greve de fome há mais de 80 dias. Eles denunciam o Estado que os condenou a penas entre 20 e 24 anos por violação à propriedade privada e um suposto ataque a um funcionário estatal. O processo contra eles se deu de forma totalmente irregular, com testemunhas secretas e teve por base a lei de segurança nacional promulgada durante os anos da ditadura de Augusto Pinochet.

Por falar em América do Sul e seu ramo do Pacífico, neste domingo os eleitores peruanos estarão elegendo o sucessor do atual Presidente Alan Garcia, um governante vinculado ao deus mercado.

Duas candidaturas estão disputando o segundo turno presidencial: Keiko Fujimori, filha do mafioso Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de prisão por violação dos direitos humanos e corrupção, e o nacionalista Ollanta Humala. O esquema gangster representado por Keiko tem o apoio da mídia comercial e dos defensores do deus mercado, como Alan Garcia.

A patota do mercado, ou seja, fujimorista, estava há dias   absolutamente convencida da vitória e chegava até a proclamar soberbamente que Keiko já estava eleita. Mas só que nas duas últimas semanas de campanha, o candidato Humala cresceu e está empatado tecnicamente com a candidata Fujimori, segundo as pesquisas. Um debate na televisão entre os dois candidatos nos últimos dias da campanha fortaleceu a candidatura Ollanta Humala, segundo analistas.

Sendo assim, fica difícil um prognóstico antecipado, ainda mais se sabendo que os institutos de pesquisas excluíram da consulta os eleitores da zona rural, a maioria favorável a Humala, e mesmo os votos de peruanos residentes no exterior, mais de 750 mil. Estes dois segmentos, segundo analistas, poderão decidir o resultado deste domingo. Os jovens atuando nas redes sociais contra Fujimori podem ter peso decisivo também. Oito por centos dos eleitores ainda estavam indecisos horas antes do pleito.

Ollanta Humala obteve apoio do conservador Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura, que mesmo divergindo do candidato nacionalista decidiu evitar o mal maior da bandidagem representada por Keiko Fujimori. Llosa protagonizou um fato raro na mídia ao impedir que os artigos que escreve no jornal espanhol El Pais fossem reproduzidos no El Comercio do Peru, porque o jornal transformou-se numa espécie de porta-voz do esquema Fujimori.

Para evitar que a história se repita mesmo como farsa, só resta aos peruanos darem a vitória a Ollanta Humala. O ex-presidente Alejandro Toledo também entendeu o momento e decidiu mudar de opinião, ou seja, em vez de não apoiar ninguém, como dizia inicialmente, passou a recomendar que seus eleitores do primeiro turno votassem em Ollanta Humala.

O Peru, em suma, decidirá se o governo a ser eleito continuará alinhado com o conservadorismo, juntamente com o esquema mafioso, ou se somará aos setores reformistas.

Enquanto isso, a novela Antonio Palocci se arrasta. Na última sexta-feira ele falou, falou, mas não esclareceu coisa alguma. Não seria o caso de o Ministro Chefe da Casa Civil se afastar até que o caso do seu enriquecimento em 20 vezes quando deputado fosse totalmente esclarecido pelo Ministério Público? Se Palocci se considera inocente e vítima de intrigas políticas, porque não tornar toda a história transparente, até porque quem não deve não teme. O governador da Bahia, Jacques Wagner e a senadora paranaense Gleisi Hofman, ambos do PT, se posicionaram não ao lado de Palocci. Então, porque enfraquecer o governo com a blindagem de Palocci?

Em tempo: o Governador Sérgio Cabral mostrou a sua face truculenta ao ordenar o Bope reprimir centenas de bombeiros, no Quartel general da corporação, que ganham salários de fome. Há testemunhas, uma delas a deputada estadual Jane Rocha, que revelaram como agiram de forma violenta e desnecessária as forças de Cabral. É isso, nestas horas de crise que os governantes mostram quem são.

Em tempo 2: Os peruanos estão de parabéns. Os primeiros resultados e as pesquisas de boca de urna indicam a vitória do candidato Ollanta Humala, o que livra o Peru do esquema bandido e fascistóide que representava a candidata Keiko Fujimori. Analistas concluiram que Humala é mesmo o sucessor de Alan Garcia. Resta aguardar agora a posse e como Ollanta Humala conseguirá reverter a situação de subserviência ao capital em que está mergulhado o Peru, esquema este que é saudado pela mídia de mercado nacional.

Publicado em 05/06/2011

http://www.combat-monsanto.es/spip.php?article558

Onde está a esquerda? – Le Monde Diplomatique – Edição Portuguesa

Onde está a esquerda? – Le Monde Diplomatique – Edição Portuguesa. Serge Halimi, jornalista do Le Monde a mais de duas décadas dá uma malhada geral na esquerda, denuncia que a lógica e a estrutura eleitoral que conduz ao gerenciamento do estado, repete as mesmas condutas de relação com os poderes financeiros. A Esquerda que não Desejamos Mais, é o título do mesmo artigo na edição brasileira deste mês que compõe com Francesca Lancini e Laurent Bonelli Os Rumos da Política

Onde está a esquerda? - Le Monde Diplomatique - Edição Portuguesa